quinta-feira, 13 de outubro de 2022

A CORDA

José Marcelo

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Ela vestiu-se e foi embora. “Eu volto amanhã”, disse ao sair. Depois tomei um banho gelado e voltei para o quarto barato. Dormi até o sol acertar meu rosto com um calor brilhante. Olhei para o lado e lá estava ela. “Eu trouxe a corda”, disse ela, mostrando-me uma corda fina mas que serviria. “Tire a roupa”, eu disse. Deite-se aqui. De bruços. Então, amarrei suas mãos. Apertei com tanta força seus pulsos que ela ficou sem fôlego. Com a mão direita, empurrava-a sobre o colchão. Com a mão esquerda senti o calor nela. Estava úmida. Enfiei um dedo, depois dois, comecei a masturba-la. Ela gemia. Lambi meus dedos. Senti o gosto dela e tirei meu pau para fora da bermuda. Estava doendo de tão duro. Mas não era para isso que ela estava me pagando. Meu prazer não era importante. O dela era importante. Enfiei de uma vez. Eu sentia a carne quente pressionando o meu pau. Ela era apertada. Ela quase gritou. Puxei o pedaço da corda que deixara solto e enrolei no pescoço dela. “Agora”, disse ela. “Vai, vai, vai.” Apertei mais. Ela gozou. O momento exato: eu a estrangulei e ela morreu em êxtase e expelindo também urina e merda de seu corpo. Não foi uma morte limpa. Mas nunca é. Fiquei um tempo deitado em cima dela, veja só, ainda excitado. Continuei metendo nela durante algum tempo, gemendo alto e respirando forte, até gozar. Foi um orgasmo e tanto. Era a primeira vez que eu gozava dentro de uma morta. Foi maravilhoso. Dava vontade de fazer de novo. Mas ainda havia muito o que fazer. Liguei para a recepção. “Acabei”, disse. “Não demorou nada”, respondeu a voz do outro lado. Não, nada. A pessoa do outro lado desligou. Agora ela traria um saco grande de lixo. Me ajudaria a sumir com o corpo. E pronto. Mais uma cliente satisfeita.

Quem sou eu? Isso não é importante. O que eu faço? Ajudo pessoas a morrer, do jeito que elas me pedirem. Esta queria morrer durante o sexo. Algum tipo de fantasia. Eu não julgo. Eu faço o que me pagam para fazer. E é tudo.

 

  

2 comentários:

Anônimo disse...

"que eu faço? Ajudo pessoas a morrer, do jeito que elas me pedirem. Esta queria morrer durante o sexo. Algum tipo de fantasia. Eu não julgo. Eu faço o que me pagam para fazer. E é tudo."

do caralho.

O Ancião disse...

Obrigado, jogadorcaro.