Coronel Samuel Trautman: Acabou Johnny. Acabou.
Rambo: Nada acabou senhor, nada. Não se consegue parar. A guerra não era minha. Você me chamou, eu não pedi pra ir. Fiz o que tinha que fazer , mas não deixaram a gente ganhar.
Eu volto para o mundo é vejo aqueles idiotas no aeroporto, protestando e me chamando de assassino de bebes e todo tipo de besteira. Quem são eles para protestarem contra mim? Quem são eles? Se tivessem na minha pele, pelo menos saberiam porque estavam gritando.
Coronel Samuel Trautman: Foi uma época ruim, Rambo. Pertence ao passado agora.
Rambo: Para você. Para mim a vida civil não é nada. No campo temos um código de honra. Você cuida de mim, eu cuido de você. Aqui não tem nada.
Coronel Samuel Trautman: Você é o último de um grupo de elite. Não acabe com tudo assim.
Rambo: Na guerra eu pilotava avião, dirigia tanques e usava equipamentos de milhões. Aqui eu não arrumo emprego nem como manobrista.
O que é isso? Jesus! Meu Deus! Onde está todo mundo. Os caras. Eles eram meus amigos. Eu gostava deles. Eu tinha amigos. Aqui eu não tenho nada.
Lembra da nossa equipe no Vietnã? Eu peguei uma daquelas coisas mágicas é disse: “Joey,achei”. E eu a envie para Las Vegas. Falávamos sempre de Las Vegas e de um carro. Um Chevy 58, vermelho, ele sempre falava do carro. Ele dizia que íamos rodar até os pneus furarem.
Havia um celeiro e um garoto se aproximou. Ele estava com uma caixa de engraxate e perguntou: “Vai graxa aí? Por favor”. Eu disse: não. Ele perguntou de novo , e o Joey disse “sim”. Então eu fui buscar uma cerveja. Era uma armadilha, a caixa explodiu e espalhou o corpo dele por todo o lugar.
Ele ficou lá gritando feito um louco, e os pedaços dele estavam em cima de min. Eu tive que empurrá-lo. Meu amigo estava espalhado em cima de min, tinha sangue por todo lado e eu tentava mantê-lo vivo. Tentava juntar as partes dele, mas as tripas estavam saindo e ninguém podia ajudar.
Ele dizia: “Eu quero ir pra casa”. Ele ficava repetindo isso. “Eu quero ir para casa”. “Eu quero dirigir o meu Chevy”. Ninguém conseguiu encontrar as pernas dele. Eu não encontrei as pernas dele. Isso não sai da minha cabeça. Foi há mais de sete anos. E todos os dias eu penso nisso. Eu não converso com ninguém. Nenhum dia, nenhuma semana. Eu não tiro isso da minha cabeça.
Um dia ideal para os peixes-banana e livros e cinema e gibis e nus e ataxia espinocerebelar e 𓋹
quinta-feira, 22 de junho de 2023
PRIMEIRO SANGUE
há pulhas em demasia
'Em decorrência da fetidez que assola o país, só tenho vontade de escrever textos sórdidos, coléricos, cínicos, degradantes ou estufados de um humor cruel e até me permitiria sugerir ao caríssimo editor que bolasse uma maneira de a crônica ser fechada assim como certas revistas envelopam um pequeno mimo, uma tirinha de seda, um saquinho de perfume, e envelopariam minha crônica e colocariam sobre ela uma fitinha negra: 'censurado' ou 'só para cínicos', ou 'só para fazer sorrir os desesperados'. Ou quem sabe, à maneira de Hesse: 'só para raros'. Porque, convenhamos, há pulhas em demasia.'
~Hilda Hilst sobre suas crônicas que, imagino, cairiam muito bem nos dias que se passam em terras brasilis.
domingo, 9 de abril de 2023
PARIS, TEXAS
(1) DESERT LANDSCAPE Exterior, Day
A fissured, empty, almost lunar landscape -- seen from a bird' s-eye view.
The camera hovers over it.
In the distance, a lone man appears; he is crossing this desert.
A hawk lands on a boulder.
The man stops, looks at the bird. Then he drinks the last drops of water from a large plastic bottle.
He is wearing a cheap Mexican suit, a red baseball cap and sandals with bandages wrapped around them. His clothes are covered with dust and soaked with sweat. He has been walking for a long time. This is Travis.
Travis throws away the empty plastic bottle, and continues on his way across the bleak, hot plains that lie before him.
Paris, Texas, seqüência inicial, filme de Wim Wenders, roteiro de Sam Shepard.
HILARIANTE
- You said Guatemala, man,not El Salvador. Come on, I've never beenout of the country. They kill people here, Boyle.
- You believe everything in the papers? You'll love it here. Give me the joint.This is my last chance, man.I'm serious. If I can get some good combatshots for AP, I can make some money. I could pay you back.
-Better pay me back.
-We'll head for La Libertad...the best surfing beachin the world.Good times, kick back for a fewmonths. It'll be fantastic.You could live in this country for bucks a year.
- What the fuck is this?
- Mace.
- Mace? For what?
- Wild dogs.
- Yeah, wild dogs? That's bullshit.You've lied to me straight through.
- Want me to be honest with you?
- What are you doing with all these?
- Here you could have a life.
- What are all these?
- They come in handy.
- You're gonna love it here, Doc.
- I'm going home, man.
- You can drive drunk...and get anybody killed for 10$ .
- I don't want to.
- The best pussy in the world.Where else can you get a virginto sit on your face for seven bucks? Seven bucks.
- It better be the best pussyin the world...or I'm going home.
- Two virgins for twelve.
- You're just lucky I'm fucked up,you know that?
- Drugs? No prescriptions. They gotstuff that keeps you hard all night. All these people want to do is fuck.
- Twelve bucks? I think we can get them down.
- Now you're talking.
- You're such an asshole, Boyle.
- You're gonna love this place.You're gonna be in pig heaven, man.
Salvador. Oliver Stone.
Do Grandes Planos. Clique na imagem.
APOCALIPSE MOBY
Perry Hall
O começo:
Na abertura, uma versão vagamente irlandesa de The End, do The Doors, é executada, com bandolim, pífano, sanfona e bumbo. Ao fundo, acordes de guitarra meio sinistros.
FADE MUSIC
As pás de mogno do ventilador de teto giram lentamente. Ouvimos o som do vento batendo contra as velas de um barco — estamos em um barco a vela. Um close, de cabeça para baixo, enquadra o rosto de um jovem mal-barbeado deitado na cama. Seus olhos estão abertos, ele olha as pás do ventilador girando hipnoticamente.
HOMEM: Saigon. Merda. Chame-me Ishamel.
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MÚSICA PARA ABAFAR O FIM DO MUNDO
José Marcelo
Acabou assim. A luz piscava.__ Eu quero.__ Me mostra. Quero ver. Tira tudo.__ Tá.__ Agora abre. Devagar.__ Gostou?__ Claro. Gostei muito.__ Mas não pode tocar.__ Ah.__ Não pode tocar. Foi o que combinamos. Sem toque.__ Sem toque. Tá bom. Continua. Tira.__ Vou tirar.__ Poxa.__ Tá gostando?__ Olha como eu estou.Ela sorri. Gosta de causar esse efeito. Dá para ver em seu olhar.Lá fora, era o fim. O mundo se desfazia. Algo que era um vislumbre no canto do olho andava lá fora. De acordo com as profecias, era inevitável. Um quadro que escorria da tela.Dentro do quarto, ele e ela. Olhando-se. Desejando.__ Continue.Começara a chover. Olhe: como a chuva escorre pela janela. Uma água escura com um odor forte. Ele fechou as cortinas. Ela ficou olhando-o enquanto ele caminhava até a janela e voltava a sentar-se na cama.__ Não pare. Por que você parou? Não pare.__ Vem.__ Você disse que eu não podia.__ Eu quero que me toque. Quero sentir você me tocando.Alguém gritou na rua. Parecia o lamento de uma banshe. Ele levantou-se e abraçou-a.__ Eu queria que acabasse logo __ disse ela.__ Não vai demorar.O grito continuava.Ele sentiu-a tremer e percebeu que também tremia.__ Eu não sei seu nome __ disse ele.__ Não, nem eu sei o seu. Quer saber? O meu nome?__ Não, não quero. Vamos para a cama.Mas o encanto se fora. Estava nos olhos dela. Na falta de jeito dele.As pás de um helicóptero giravam ao longe. E música. Música pata abafar o fim do mundo, ele pensou.Eles se deitaram e ele estava ciente da nudez e da respiração dela. Quase podia ouvir o coração. Ela abriu o zíper dele.__ Quero que você goze na minha boca.O helicóptero passou. A música foi sumindo aos poucos.Ele viu a jaqueta de aviador largada sobre uma cadeira e viu o vestido dela no chão.__ Na minha boca.Os gritos voltaram. Depois uma tosse seca e contínua. E mais gritos. Tosse. E mais nada.Ela o chupava com os olhos fechados. Quando ele gozou, ela sorveu-o desesperadamente.Então ele ajoelhou-se ao lado da cama e colocou-se entre as pernas dela. Ela tinha um cheiro bom ali e ele tocou-a com a língua.Ela olhava as manchas no teto e nas paredes. O reflexo de ambos no espelho enorme e sujo do outro lado do quarto. Ela tapou os ouvidos com o travesseiro e fechou os olhos. Algo inominável arranhava a janela na chuva.__ Me faça esquecer __ disse ela. __ Eu não quero lembrar.Ele ergueu-se e enfiou-se dentro dela, gemendo. Ela puxou-o e apertou-o contra si.__ Vai, vai.Ela apertou-o mais. Ele apertou-a.A janela partiu-se e entrou a chuva escura e entrou aquilo que arranhara o vidro.__ Não olhe não olhe não olhe não olhe.A luz piscava. Claro e escuro claro e escuro. A luz apagou-se.A pintura escorria e sob a tinta nada restou.
O DIÁRIO DE AYA
"Ichi Rittoru No Namida" ou ''1 Litro de Lágrimas'' é um drama japonês baseado no Diário de Lágrimas de Aya Kitto, uma garota diagnosticada com uma doença degenerativa incurável aos 15 anos.O diário tornou-se um dos maiores exemplos de luta e amor pela vida, ajudando de forma positiva muitas pessoas com graves doenças no Japão.Aya, em suas últimas palavras no diário: ''O fato de eu estar viva é uma coisa tão encantadora e maravilhosa que me faz querer viver mais e mais".ASSISTA OS OUTROS EPISÓDIOS TAMBÉM AQUI NO YOUTUBE.