segunda-feira, 6 de julho de 2015

CONTO CARNE

josé marcelo



__ Da alma, que nada. Da carne, porque é na carne que te sinto.
Ela olhou-me demoradamente.
__ Que seja, então, disse, sorrindo, despindo-se.
Observava a noite pela janela, via-me pelo canto do olho.
Lá fora: a noite, as nuvens pairando pesadamente (um eco de Poe) __ aqui dentro, eu e ela, nus, trêmulos.
Esqueça o amor. O espirito. Lembre-se do calor. Da carne.
É tudo. Nossa carne. Uma só.