segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

LÍVIA OU ENTERRADO VIVO

Lawrence Durrell

62261909_1-livro-livia-ou-enterrado-vivo-lawrence-durrell

Um trecho:

O que sempre me preocupou foi a questão de um ego estável—será que isso existe? A velha concepção animal era bastante primitiva, em particular para romancistas com tendência a explicar esta ou aquela ação. Eu mesmo dificilmente podia  escrever o nome de um personagem sem ser afogado, de repente, por um oceano de possíveis atribuições, cada qual tão  válido e autêntico quanto o outro. A psique humana  é quase que infinitamente variada—tão variada que pode ser contraditória até mesma em relação a si própria. Como é pobre a pequena e patética tipologia da nossa moderna psicologia—ora, até mesmo a astrologia, por mais suspeita que seja como ciência, procura abranger a vasta multiplicidade dos atributos puramente humanos. É por isso  que nossos romances, os seus e os meus, Robin, são tão pobres. Houve muitas Livias, algumas das quais amo e amarei até o dia de minha morte, outras saíram de mim e secaram como sanguessugas mortas. Outras ainda eram apenas formas larvais no sentido de Paracelso, sombras, vampiros, fantasmas…

Monte de Leituras.

Nenhum comentário: