Um filme de Paul Naschy. Ou, como se diz, um puta trash do caralho.
Um dia ideal para os peixes-banana e livros e cinema e gibis e nus e ataxia espinocerebelar e 𓋹
quinta-feira, 10 de janeiro de 2019
sexta-feira, 4 de janeiro de 2019
TRECHO NATIMORTO
Lourenço Mutarelli
Quando eu era criança a casa da minha avó tinha um poço velho desativado (…) o poço ficava coberto. Eu e os meus primos, a gente ia todo domingo à casa da minha avó, a gente adorava brincar naquele quintal. Um dos meus tios pra manter as crianças afastadas do poço dizia que lá no fundo tinha um monstro. A gente acreditava, coisa de moleque. Até que um dia meu primo acabou caindo no poço. Levou um certo tempo pra tirar ele do poço, por sorte ou por azar ainda tinha um pouco de água no fundo do poço, a água amorteceu a queda dele mas com a luz que entrava no poço refletia na água ele acabou vendo a própria imagem. Quando ele conseguiu sair de lá eu perguntei pra ele ‘então como é o monstro?’ ele me disse 'ele é como todos nós, todos somos monstros’.
O CÃO
__ Um cão lambe uma lima, a rugosidade da lima rasga-lhe a língua. O sangue escorre. O Cão ao apreciar o sabor do sangue continua a lamber a lima, apesar da dor que sente, nada o faz parar.
Erri De Luca, Montedidio, 2002.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2019
DERSU UZALA
Adaptação para o cinema do livro homônimo de 1923, em que o capitão Vladimir Klavdiyevich Arsenyev relata suas expedições militares pela taiga siberiana e seu encontro com Dersu Uzala, um caçador nômade que acompanhou o destacamento durante toda a jornada, salvando-o das dificuldades encontradas na hostil região do Ussuri.
Mais um filmaço (e não são todos os desse fantástico cineasta?) de Akira Kurosawa. Um belíssimo tratado sobre a amizade e a vida, a natureza e o homem em si.
TRECHO HOTEL RODOVIÁRIA
Danislau
Eu trabalhei como ator pornô por anos e anos na fronteira do México com os Estados Unidos. Espetáculos de sexo ao vivo. Era aplaudido de pé ao final de cada sessão. Muita gente desistiu de pular a cerca – a cerca da fronteira – porque não queria perder minha performance nas noites de quarta. Fui mandado embora justamente quando caí de amores por minha parceira (mais correto dizer adversária?), o que teria comprometido seriamente meu desempenho, conforme argumentou a gerente da casa de espetáculos. Alícia (grande atriz, aquela menina) acabou por confirmar a versão, ao ser questionada. “Sim, a performance dele caiu bastante, em termos de realismo”. Realismo? Realismo era o que pra ela? Ficar indo e voltando meu quadril com aquela cara de chicletinho, uma mão na nuca, outra dando tapa na bunda adversária, como se dissesse “chego a vara mesmo”?
Ter sido mandado embora foi o bastante para que eu percebesse o quanto aquele não era o meu ramo. O bastante pra perceber também o quanto aquele era o ramo de Alícia. Por nada nesse mundo ela poderia abandonar o teatro.
Não resisti, acabei assistindo à performance da quarta seguinte, já com meu substituto em cena. Saí do recinto com a cabeça baixa, em meio ao público aplaudindo de pé. Ainda na rua, pude ouvir os bravos banhando o ambiente com o perfume da tequila. Alícia. Existia mesmo alguém por trás daquele dentro?
...
OS IMPLACÁVEIS
É um Sam Peckinpah puro. Baseado em livro de Jim Thompson. Com Steve Mcqueen e a linda Ali MacGraw. É poesia pura. Violento. Sexy. Um filme de assalto perfeito.
terça-feira, 1 de janeiro de 2019
O BONECO E A DAMA
de José Marcelo da Silva
Ela disse ao boneco:
- Você ao menos me ama.
- Não - respondeu o boneco. - Sou o seu escravo.
- Foi o que eu disse.
POSTER SUSPIRIA
O meu preferido de Dario Argento tem bruxas, loucura, lindas e sensuais bailarinas cruelmente assassinadas, uma trilha sonora perfeita e muitas cores berrantes. Um deleite cinematográfico.
FRAMES Frankenstein criou a mulher
Um clássico da Hammer, ou seja, mais que aterrorizante, um filme de personalidade. Sempre inebriante.