sexta-feira, 24 de março de 2017

O ENTERRO DE POE

José Marcelo
Vdethbed
Poe é enterrado em uma tarde fria e a chuva que cai é intensa e gelada.  Ele acorda no meio da noite sepultada e se pega rindo e praguejando.  Poe amaldiçoa não a morte, mas a vida que teima em não deixa-lo ir.
Poe sente o cheiro dos vermes e o gosto da terra morta na boca.  Porém tudo o que ele consegue pensar é Minha amada, agora não tarda. Virginia. Agora não tarda.
E, no entanto, tardou.

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