Sou bisneto de índios, neto de negros, filho de negros e brancos: sou mestiço, sou brasileiro. Minha cor é indefinida, nem branco, nem preto. Das minhas raízes indígenas nada sei (de que povo serei?), tampouco das brancas. Descendente de escravos, de gente sofrida e também daqueles que escravizaram, que abusaram. Sou brasileiro. Um amálgama. Uma mistura. Meu passado é um mistério morto. Meu futuro é breve. Um doente. Um imprestável? Nada deixarei. Os dias passam iguais, já sinto o odor dos peixes-banana. Melhor assim.