- DRAG ME TO HELL decepciona. Ponto. Depois de ler e ouvir tantos elogios ao retorno de Sam Raimi ao gênero horror, eu esperava sentir a força e a criatividade de antes (Evil Dead, Darkman); no entanto, nada mais vi que cenas sem graça, reviravoltas que não surpreendem e Sam Raimi emulando a si mesmo nos movimentos de câmera, mas sem nehum brilho. Uma sensação de – mau e mal – dejá vu durante toda a projeção. E pior: o filme parece mais comprido do que é. Meu irmão comentou que esse filme fez com que ele perdesse o respeito por Raimi. Eu já o perdera em Homem-aranha 3. Tinha esperança que esse filme me fizesse recuperar esse respeito. Aposenta Sam Raimi! A história: Garota linda se indispõe com cigana nojenta e é amaldiçoada, passa ser seguida por uma lâmia (um tipo de demônio) e blá blá blá. Não empolga. Sem contar que parece muito – muito mesmo – com ‘A Maldição do Cigano’, de Stephen King. Mas sejamos justos: Provavelmente King tirou a sua história do mesmo lugar que Raimi: as E.C. Comics. Ah, pelo menos a trilha de Cristopher Young é boa. Filme decepcionante.
- DISTRITO 9, ao contrário, é tudo aquilo que se vem falando por aí: um filmaço de ficção ciêntifica. O melhor filme do ano até agora. Com roteiro inteligente e cheio de nuances, com um desenvolivimento documental, não poupa o telespectador ao colocar na tela preconceito, chacinas, crueldade, xenofobia, medo irracional, exploração governamental e cenas de ação perfeitas. Provavelmente nem Cameron – com seu Avatar - vai conseguir concorrer com esse filmaço. Distrito 9 é, em uma palavra, o melhor filme do ano.
- E por falar em AVATAR, o trailer é bonito e legal: “It’s Great!” e, bem, é isso. Não revoluciona. Não mostra nada de novo. Na verdade lembra muito outros filmes! “Ah, mas você não viu em 3-D e hein hein hein”. E daí? Tem que funcionar de qualquer jeito em qualquer lugar. Mas convenhamos, o pior problema de Avatar é Cameron se achar e ficar falando que é revolucionário. Até agora, não é. Longe disso. Um pouco de humildade, senhor Cameron. Quem deve dizer se uma obra é revolucionária ou não é o público, não o artista. Trailer e fotos apenas mais ou menos.
- E, deixando os filmes um pouco de lado, vamos passar para um livro: BANGOQ 8. Começou bem, com um militar americano sendo assassinado por uma enorme cobra. Cena muito legal mesmo. Foi indo bem, com uma narrativa em primeira pessoa feita por um policial de Bangoq. Mostrando os tons da cidade e tudo mais. Até que, de-repente entram oficiais americanos e se torna um trilher mais ou menos comum e meio previsivel. Estou na metade. Nem devia estar falando do livro até agora. afinal, pode haver uma reviravolta e tal e o livro tornar a ficar interessante, mas Bangoq 8 está quase ficando largado por aí na estante. Eu confesso: sou rabujento. Deve ser a idade. Não tenho paciência com trechos chatos, seja de livros, filmes ou o que for. Livro que ainda não disse a que veio.
- Voltando aos filmes, ontem vi CAMINHOS PERIGOSOS, do Martin Scorcese. Puta que pariu. Isso é que é filme. Não vou babar na direção ou na interpretação dos atores. Keitel magistral. De Niro em sua melhor fase. Direção perfeita de Scorcese. Não vou falar de nada disso. Vou falar dos diálogos tirados diretos das ruas. Que Tarantino que nada. Scorcese sim sabe como se fala nas ruas. Obra prima e clássico são duas expressões manjadas mas cabem com perfeição aqui. Esqueça o cinema do século 21. Filme de Scorcese = Ótimo.
- O MELHOR CINEMA É O DOS ANOS 1970! Pode parecer papo de velho, mas assista os filmes dessa época – 1970’s porra – e depois a gente conversa.
- E então, SOM E FÚRIA, que Fernando Meirelles pariu. Muito legal, muito divertido esse retrato dos bastidores de uma companhia de teatro. Quem diria que é possivel algo de qualidade na tv aberta? Hilário.
- E vamos falar de HUNG, estrelando Thomas Jane – aquele mesmo de O Justiceiro – como um professor de história e treinador de basquete, que foi largado pela mulher (“Larguei um menino para ficar com um homem.” Ui!), que decide se prostituir ao descobrir seu – único – talento: um pau grande. É da HBO essa série, o que quer dizer: personagens bem desenvolvidos e carismáticos que te prendem na tela. Série do tipo que não se consegue largar.