domingo, 20 de outubro de 2024

mangá snuff

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KILLER JOE

 





"Killer Joe é uma comédia de humor negro sobre a linha entre o bem e o mal..." William Friedkin


A CRÔNICA INTERIOR DO QUE SOMOS


Nesta extensa revisão do trabalho de Werner Herzog, examina-se a filosofia de sua abordagem única para a filmagem, e explora-se o significado das muitas histórias que ele trouxe para casa de terras distantes.


AS MIL FACES DE CRISTOPHER LEE


 Que puta ator! 

 

OS OLHOS DE BRIAN DE PALMA


 Olhos de Serpente é um tour de force técnico do estilo Brian de Palma. Foda!



O BRAVO O DRAGÃO A MALDADE O EL DORADO




(...) Com relação a O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro, eu quis fazer um western bastante objetivo, apesar de que a ação física... Escolhi quatro ou cinco westerns que vi e revi para chegar a algumas conclusões. Eu vi Rio VermelhoEl Dorado Rio Bravo. E disse a mim mesmo: é preciso retomar este espírito, estes gestos feitos em completa intimidade, como nos filmes de Hawks.Glauber Rocha.



PREPARAR, CÂMERAS... SUSPENSE!







No set do filme O Salário do Medo, ‘Le Salaire De La Peur’, de Henri-Georges Clouzot, 1951. Credit: JARNOUX Maurice..



quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Eu não chamaria de MV, chamaria de um belo e emocionante curta que merece virar longa ou dorama.

segunda-feira, 27 de maio de 2024

Peixes-banana (amanhã?)



Sou bisneto de índios, neto de negros, filho de negros e brancos: sou mestiço, sou brasileiro. Minha cor é indefinida, nem branco, nem preto. Das minhas raízes indígenas nada sei (de que povo serei?), tampouco das brancas. Descendente de escravos, de gente sofrida e também daqueles que escravizaram, que abusaram. Sou brasileiro. Um amálgama. Uma mistura. Meu passado é um mistério morto. Meu futuro é breve. Um doente. Um imprestável? Nada deixarei. Os dias passam iguais, já sinto o odor dos peixes-banana. Melhor assim.

domingo, 7 de janeiro de 2024

O Homem Duplo, de Philip K. Dick

Leia trecho do livro

Capítulo 1A Scanner Darkly-gr

Certa vez, um sujeito passou o dia todo sacudindo insetos do cabelo. O médico disse a ela que não havia insetos em seu cabelo. Depois de tomar um banho de oito horas, parado interminavelmente sob a água quente, sofrendo a dor dos insetos, ele saiu e se secou e ainda havia insetos no cabelo; na verdade, havia insetos em todo o corpo. Um mês depois, ele tinha insetos nos pulmões.
Sem nada mais a fazer ou pensar, ele começou a tentar entender o ciclo vital dos insetos e, com a ajuda da Britannica, identificar especificamente aqueles insetos. Agora eles enchiam a casa. Ele leu muito sobre tipos diferentes e por fim percebeu insetos do lado de fora, então concluiu que eram afídios. Depois que lhe ocorreu, essa conclusão não mudou, independentemente do que os outros lhe dissessem, como: "Os afídios não picam as pessoas."
Eles diziam isso porque as picadas intermináveis dos insetos o atormentavam continuamente. Na loja 7-11, de uma cadeia espalhada pela maior parte da Califórnia, ele comprou latas de spray de Raid, Black Flag e Yard Guard. Primeiro ele borrifou a casa, depois a si mesmo. O Yard Guard pareceu funcionar melhor.
No aspecto teórico, ele percebeu três estágios no ciclo dos insetos. Primeiro, eles apareciam e o contaminavam por intermédio do que ele chamava de "gente-correio", que eram pessoas que não entendiam seu papel na distribuição dos insetos. Durante essa fase, os insetos não tinham maxilar nem mandíbula (ele aprendeu essa palavra durante as semanas de pesquisa acadêmica, uma ocupação incomumente livresca para um cara que trabalhava na Handy Brake and Tire realinhando os tambores de freios dos outros). A gente-correio, portanto, nada sentia. Ele costumava se sentar no canto mais distante da sala de estar para observar diferentes pessoas-correio entrarem - a maioria delas ele conhecia havia algum tempo, mas algumas eram novas para ele - cobertas de afídios na fase específica em que não picavam. Ele meio que sorria para si mesmo, porque sabia que a pessoa estava sendo usadas pelos insetos e não se desesperava com isso.
- Do que está rindo, Jerry? - diziam elas.
Ele se limitava a rir.
Na fase seguinte, os insetos desenvolviam asas ou coisa parecida, mas na verdade não eram exatamente asas; de qualquer modo, eram uma espécie de apêdice funcional que lhes permitia enxamear e era assim que migravam e se disseminavam - em especial para ele. A essa altura o ar ficava cheio deles; deixavam a sala de estar e toda a casa nevoentas. Nessa fase, ele procurava não os inalar.
Acima de tudo, ele lamentava pelo cachorro, porque podia ver os insetos pousando e se fixando em todo o corpo e provavelmente entrando nos pulmões do cão, como entraram no dele próprio. Provavelmente - pelo menos lhe disse sua capacidade de ter empatia - o cachorro estava sofrendo tanto quanto ele. Será que devia expulsar o cão para ter conforto? Não, decidiu; agora o cachorro estava infestado sem querer e carregaria os insetos com ele por toda parte.
Às vezes, ele ficava debaixo do chuveiro com o cão, tentando limpar o cachorro também. Não tinha mais sucesso com ele do que consigo mesmo. Doía sentir o cão sofrer; ele nunca deixou de tentar ajudá-lo. De certa forma, essa era a pior parte, o sofrimento do animal, que não podia reclamar.
- Que merda você está fazendo o dia todo no chuveiro com a droga do cachorro? - perguntou seu amigo Charles Freck certa vez, aparecendo durante o banho.
Jerry disse:
- Tenho de tirar os afídios dele. - Ele tirou Max, o cachorro, do chuveiro e começou a secá-lo. Charles Freck observava, aturdido, enquanto Jerry esfregava óleo de bebê e talco no pêlo do cão. Por toda a casa, latas de spray inseticida, frascos de talco, óleo e condicionadores para bebê estavam empilhados e jogados, a maioria vazia; ele agora usava muitas latas por dia.
- Não estou vendo afídio nenhum - disse Charles. - Aliás, o que é um afídio?
- Um dia ele te mata - disse Jerry. - Assim é um afídio. Eles estão no meu cabelo, na minha pele e nos meus pulmões e a maldita dor é insuportável... vou ter de ir para o hospital.
- Como é que eu não consigo vê-los?
Jerry baixou o cão, que estava enrolado numa toalha, e se ajoelhou no tapete puído.
- Vou te mostrar um - disse ele. O tapete estava coberto de afídios; eles saltavam por toda parte, para cima e para baixo, alguns mais alto que os outros. Ele procurou por um especialmente grande, devido à dificuldade que as pessoas tinham de vê-los. - Traga uma garrafa ou um vidro - disse ele -, procure embaixo da pia. Vamos cobrir um ou colocar uma tampa nele e depois posso levá-lo comigo quando for ao médico e ele vai poder analisá-lo.
Charles Freck lhe trouxe um vidro de maionese. Jerry começou a busca e por fim conseguiu interceptar um afídio que pulou no ar pelo menos 120 centímetros. O afídio tinha três centímetros de comprimento. Ele o apanhou, levou-o para o vidro, largou-o cuidadosamente dentro dele e atarraxou a tampa. Depois ergueu o vidro, triunfante.
- Está vendo? - disse ele.
- Ééééééé - disse Charles Freck, os olhos arregalados enquanto analisava o conteúdo do vidro. - Que grandão! Uau!
- Me ajude a encontrar mais para o médico poder ver - disse Jerry, novamente se agachando no tapete, o vidro ao lado dele.
- Claro - disse Charles Freck e obedeceu.
Meia hora depois, eles tinham três vidros cheios dos insetos. Charles, embora novo no assunto, encontrou alguns dos maiores.
Era meio-dia, em junho de 1994. Na Califórnia, em uma região de casas de plástico baratas, mas duráveis, havia muito desocupadas pelos caretas. Mas Jerry, anteriormente, tinha borrifado tinta metálica em todas as janelas para evitar a luz; a iluminação da sala vinha de uma luminária em que só atarraxara lâmpadas de luz dirigida, que brilhavam dia e noite, de forma a abolir o tempo para ele e os amigos. Ele gostava disso; gostava de se livrar do tempo. Deste modo, podia se concentrar em coisas importantes, sem ser interrompido. Como isto: dois homens ajoelhados em um tapete velho, encontrando um inseto após o outro e colocando-os em vidro após vidro.
- O que vamos conseguir com isso? - disse Charles Freck, mais tarde. - Quer dizer, será que o médico vai pagar uma recompensa ou coisa assim? Um prêmio? Uma grana?
- Tenho que ajudar a aperfeiçoar uma cura para eles desse jeito - disse Jerry. A dor, constante, tornara-se insuportável, ele não conseguia se acostumar com ela e sabia que nunca se acostumaria. O impulso ou anseio de tomar outro banho o subjugava. - Ei, cara - ele arfou, endireitando-se - vai colocando os insetos no vidro enquanto eu tomo um banho. - Ele partiu para o banheiro.
- Tudo bem - disse Charles, as pernas compridas cambaleando enquanto gingava para um vidro, as mãos em concha. Era um ex-veterano e ainda tinha um bom controle muscular, porém; ele conseguiu pegar o vidro. Mas depois disse de repente: - Olha, Jerry... esses insetos meio que me assustaram. Não gosto de ficar sozinho com eles. - Ele se levantou.
- Seu cretino covarde - disse Jerry, arfando de dor enquanto hesitava no banheiro por um momento.
- Será que você podia...
- Tenho de tomar um banho! - Ele bateu a porta e girou as torneiras do chuveiro. A água jorrou.
- Estou com medo. - A voz de Charles Freck chegou fraca, embora ele evidentemente estivesse gritando.
- Então vai se foder! - respondeu Jerry aos gritos e entrou no chuveiro. Que porra de amigos são esses?, perguntou-se amargamente. Nada bom, nada bom! Não é nada bom mesmo.
- Essas merdas não picam? - gritou Charles, bem junto à porta.
- É, eles picam - disse Jerry enquanto passava xampu no cabelo.
- Foi o que pensei. - Uma pausa. - Posso lavar minhas mãos, me livrar deles e esperar por você?
Covarde, pensou Jerry com uma fúria amargurada. Ele não disse nada, apenas continuou seu banho. O cretino não valia resposta alguma. Ele não deu atenção a Charles Freck, só a si mesmo. A suas necessidades vitais, exigentes, terríveis e urgentes. Todo o resto teria de esperar. Não havia tempo, tempo nenhum, essas coisas não podiam ser adiadas. Todo o resto era secundário. A não ser o cachorro; ele se perguntou sobre Max, o cão.

love and rockets

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quinta-feira, 22 de junho de 2023

PRIMEIRO SANGUE

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Coronel Samuel Trautman: Acabou Johnny. Acabou.

Rambo: Nada acabou senhor, nada. Não se consegue parar. A guerra não era minha. Você me chamou, eu não pedi pra ir. Fiz o que tinha que fazer , mas não deixaram a gente ganhar.

Eu volto para o mundo é vejo aqueles idiotas no aeroporto, protestando e me chamando de assassino de bebes e todo tipo de besteira. Quem são eles para protestarem contra mim? Quem são eles? Se tivessem na minha pele, pelo menos saberiam porque estavam gritando.

Coronel Samuel Trautman: Foi uma época ruim, Rambo. Pertence ao passado agora.

Rambo: Para você. Para mim a vida civil não é nada. No campo temos um código de honra. Você cuida de mim, eu cuido de você. Aqui não tem nada.

Coronel Samuel Trautman: Você é o último de um grupo de elite. Não acabe com tudo assim.

Rambo: Na guerra eu pilotava avião, dirigia tanques e usava equipamentos de milhões. Aqui eu não arrumo emprego nem como manobrista.

O que é isso? Jesus! Meu Deus! Onde está todo mundo. Os caras. Eles eram meus amigos. Eu gostava deles. Eu tinha amigos. Aqui eu não tenho nada.

Lembra da nossa equipe no Vietnã? Eu peguei uma daquelas coisas mágicas é disse: “Joey,achei”. E eu a envie para Las Vegas. Falávamos sempre de Las Vegas e de um carro. Um Chevy 58, vermelho, ele sempre falava do carro. Ele dizia que íamos rodar até os pneus furarem.

Havia um celeiro e um garoto se aproximou. Ele estava com uma caixa de engraxate e perguntou: “Vai graxa aí? Por favor”. Eu disse: não. Ele perguntou de novo , e o Joey disse “sim”. Então eu fui buscar uma cerveja. Era uma armadilha, a caixa explodiu e espalhou o corpo dele por todo o lugar.

Ele ficou lá gritando feito um louco, e os pedaços dele estavam em cima de min. Eu tive que empurrá-lo. Meu amigo estava espalhado em cima de min, tinha sangue por todo lado e eu tentava mantê-lo vivo. Tentava juntar as partes dele, mas as tripas estavam saindo e ninguém podia ajudar.

Ele dizia: “Eu quero ir pra casa”. Ele ficava repetindo isso. “Eu quero ir para casa”. “Eu quero dirigir o meu Chevy”. Ninguém conseguiu encontrar as pernas dele. Eu não encontrei as pernas dele. Isso não sai da minha cabeça. Foi há mais de sete anos. E todos os dias eu penso nisso. Eu não converso com ninguém. Nenhum dia, nenhuma semana. Eu não tiro isso da minha cabeça.


há pulhas em demasia

'Em decorrência da fetidez que assola o país, só tenho vontade de escrever textos sórdidos, coléricos, cínicos, degradantes ou estufados de um humor cruel e até me permitiria sugerir ao caríssimo editor que bolasse uma maneira de a crônica ser fechada assim como certas revistas envelopam um pequeno mimo, uma tirinha de seda, um saquinho de perfume, e envelopariam minha crônica e colocariam sobre ela uma fitinha negra: 'censurado' ou 'só para cínicos', ou 'só para fazer sorrir os desesperados'. Ou quem sabe, à maneira de Hesse: 'só para raros'. Porque, convenhamos, há pulhas em demasia.'

~Hilda Hilst sobre suas crônicas que, imagino, cairiam muito bem nos dias que se passam em terras brasilis.

 Leia mais Hilda Hilst, é bom para a alma, acredite: aqui.

  


madelyne pryor

Madelyne Pryor, the Goblin Queen



domingo, 9 de abril de 2023

1963

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Por Alan Moore.

PARIS, TEXAS

5

(1) DESERT LANDSCAPE Exterior, Day
A fissured, empty, almost lunar landscape -- seen from a bird' s-eye view.
The camera hovers over it.
In the distance, a lone man appears; he is crossing this desert.
A hawk lands on a boulder.
The man stops, looks at the bird. Then he drinks the last drops of water from a large plastic bottle.
He is wearing a cheap Mexican suit, a red baseball cap and sandals with bandages wrapped around them. His clothes are covered with dust and soaked with sweat. He has been walking for a long time. This is Travis.
Travis throws away the empty plastic bottle, and continues on his way across the bleak, hot plains that lie before him.

 Paris, Texas, seqüência inicial, filme de Wim Wenders, roteiro de Sam Shepard.

Do Trechos de livros e afins.

HILARIANTE

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- You said Guatemala, man,not El Salvador. Come on, I've never beenout of the country. They kill people here, Boyle.

- You believe everything in the papers? You'll love it here. Give me the joint.This is my last chance, man.I'm serious. If I can get some good combatshots for AP, I can make some money. I could pay you back.

-Better pay me back.

-We'll head for La Libertad...the best surfing beachin the world.Good times, kick back for a fewmonths. It'll be fantastic.You could live in this country for bucks a year.

- What the fuck is this?

- Mace.

- Mace? For what?

- Wild dogs.

- Yeah, wild dogs? That's bullshit.You've lied to me straight through.

- Want me to be honest with you?

- What are you doing with all these?

- Here you could have a life.

- What are all these?

- They come in handy.

- You're gonna love it here, Doc.

- I'm going home, man.

- You can drive drunk...and get anybody killed for 10$ .

- I don't want to.
- The best pussy in the world.Where else can you get a virginto sit on your face for seven bucks? Seven bucks.

- It better be the best pussyin the world...or I'm going home.

- Two virgins for twelve.

- You're just lucky I'm fucked up,you know that?

- Drugs? No prescriptions. They gotstuff that keeps you hard all night. All these people want to do is fuck.

- Twelve bucks? I think we can get them down.

- Now you're talking.

- You're such an asshole, Boyle.

- You're gonna love this place.You're gonna be in pig heaven, man.

Salvador. Oliver Stone.

Do Grandes Planos. Clique na imagem.

APOCALIPSE MOBY

Perry Hall

Apocalypse-Moby

O começo:

Na abertura, uma versão vagamente irlandesa de The End, do The Doors, é executada, com bandolim, pífano, sanfona e bumbo. Ao fundo, acordes de guitarra meio sinistros.

FADE MUSIC

As pás de mogno do ventilador de teto giram lentamente. Ouvimos o som do vento batendo contra as velas de um barco — estamos em um barco a vela. Um close, de cabeça para baixo, enquadra o rosto de um jovem mal-barbeado deitado na cama. Seus olhos estão abertos, ele olha as pás do ventilador girando hipnoticamente.

HOMEM: Saigon. Merda. Chame-me Ishamel.

.


Não me culpem pelo aspecto sinistro.

MÚSICA PARA ABAFAR O FIM DO MUNDO

José Marcelo


Acabou assim. A luz piscava.
__ Eu quero.
__ Me mostra. Quero ver. Tira tudo.
__ Tá.
__ Agora abre. Devagar.
__ Gostou?
__ Claro. Gostei muito.
__ Mas não pode tocar.
__ Ah.
__ Não pode tocar. Foi o que combinamos. Sem toque.
__ Sem toque. Tá bom. Continua. Tira.
__ Vou tirar.
__ Poxa.
__ Tá gostando?
__ Olha como eu estou.
Ela sorri. Gosta de causar esse efeito. Dá para ver em seu olhar.
Lá fora, era o fim. O mundo se desfazia. Algo que era um vislumbre no canto do olho andava lá fora. De acordo com as profecias, era inevitável. Um quadro que escorria da tela.
Dentro do quarto, ele e ela. Olhando-se. Desejando.
__ Continue.
Começara a chover. Olhe: como a chuva escorre pela janela. Uma água escura com um odor forte. Ele fechou as cortinas. Ela ficou olhando-o  enquanto ele caminhava até a janela e voltava a sentar-se na cama.
__ Não pare. Por que você parou? Não pare.
__ Vem.
__ Você disse que eu não podia.
__ Eu quero que me toque. Quero sentir você me tocando.
Alguém gritou na rua. Parecia o lamento de uma banshe. Ele levantou-se e abraçou-a.
__ Eu queria que acabasse logo __ disse ela.
__ Não vai demorar.
O grito continuava.
Ele sentiu-a tremer e percebeu que também tremia.
__ Eu não sei seu nome __ disse ele.
__ Não, nem eu sei o seu. Quer saber? O meu nome?
__ Não, não quero. Vamos para a cama.
Mas o encanto se fora. Estava nos olhos dela. Na falta de jeito dele.
As pás de um helicóptero giravam ao longe. E música. Música pata abafar o fim do mundo, ele pensou.
Eles se deitaram e ele estava ciente da nudez e da respiração dela. Quase podia ouvir o coração. Ela abriu o zíper dele.
__ Quero que você goze na minha boca.
O helicóptero passou. A música foi sumindo aos poucos.
Ele viu a jaqueta de aviador largada sobre uma cadeira e viu o vestido dela no chão.
__ Na minha boca.
Os gritos voltaram. Depois uma tosse seca e contínua. E mais gritos. Tosse. E mais nada.
Ela o chupava com  os olhos fechados. Quando ele gozou, ela sorveu-o desesperadamente.
Então ele ajoelhou-se ao lado da cama e colocou-se entre as pernas dela. Ela tinha um cheiro bom ali e ele tocou-a com a língua.
Ela olhava as manchas no teto e nas paredes. O reflexo de ambos no espelho enorme e sujo do outro lado do quarto. Ela tapou os ouvidos com o travesseiro e fechou os olhos. Algo inominável arranhava a janela na chuva.
__ Me faça esquecer __ disse ela. __ Eu não quero lembrar.
Ele ergueu-se e enfiou-se dentro dela, gemendo. Ela puxou-o e apertou-o contra si.
__ Vai, vai.
Ela apertou-o mais. Ele apertou-a.
A janela partiu-se e entrou a chuva escura e entrou aquilo que arranhara o vidro.
__ Não olhe não olhe não olhe não olhe.
A luz piscava. Claro e escuro claro e escuro. A luz apagou-se.
A pintura escorria e sob a tinta nada restou.



SOMBRAS

 



Scooby-Doo e o Nosferatu.

 

ANDROÍDE TARADO E PSICOPATA


Ranxerox, no traço de Tanino Liberatore, sendo concertado por sua namoradinha. Que puta gibi!

 

pretty

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"For something to be beautiful it doesn’t have to be pretty."

— Rei Kawakubo

a frigideira e sade

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Aquela cena de tortura inesquecível no mangá ichi.


SPECTREMAN!


 "Dominantes, às ordens!"

(Puta série foda que eu não perdia por nada.)


 

O HULK DE ROSS


 

O DIÁRIO DE AYA

 
"Ichi Rittoru No Namida" ou ''1 Litro de Lágrimas'' é um drama japonês baseado no Diário de Lágrimas de Aya Kitto, uma garota diagnosticada com uma doença degenerativa incurável aos 15 anos. 
O diário tornou-se um dos maiores exemplos de luta e amor pela vida, ajudando de forma positiva muitas pessoas com graves doenças no Japão. 
Aya, em suas últimas palavras no diário: ''O fato de eu estar viva é uma coisa tão encantadora e maravilhosa que me faz querer viver mais e mais". 

ASSISTA OS OUTROS EPISÓDIOS TAMBÉM AQUI NO YOUTUBE.


THE OSHIMA GANG


David Bowie e Nagisa Oshima, 1983. 

 


 

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

BLACK ZOMBIE: ¿Donde Esta Oesterheld?

BLACK ZOMBIE: ¿Donde Esta Oesterheld?: Héctor Germán Oesterheld era um contador de histórias prolífico. O jornalista, romancista e quadrinista argentino construiu uma bibliografi...

sábado, 15 de outubro de 2022

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

O CRIME E CASTIGO DE BATMAN

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Apenas algumas páginas.


JIMMY CORRIGAN

O GAROTO MAIS ESPERTO DO MUNDO.

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Seria literatura de primeira grandeza não fosse uma obra perfeita dos quadrinhos.

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Imagens alinhadas perfeitamente com as palavras.

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Escrito por Chris Ware. (Quando vão publicar mais obras suas aqui?)

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Enfim, LEIA.